Nascido
em Salvador, Bahia, no dia 26 de setembro de 1762, Cipriano José Barata de
Almeida foi político, médico e um dos jornalistas que mais trabalhou com
política durante o Primeiro Reinado, também ficou conhecido por ter sido um dos
mais ativos combatentes na luta em favor da Independência brasileira.
Cipriano Barata
Formado
em cirurgia, filosofia e matemática na Universidade de Coimbra, trabalhou
também como lavrador de cana-de-açúcar e foi membro da loja Cavaleiros da Luz,
primeiro estabelecimento maçônico brasileiro.
Considerado
homem de ideias liberais e republicanas, participou da Conjuração Baiana de
1798, da Revolução Pernambucana de 1817 e das corte de Lisboa em 1821, já como
deputado brasileiro pela província da Bahia. Pertencia a uma ala radical e as
suas ideias deixaram os portugueses enfurecidos, sentindo a pressão retornou ao
Brasil voltando-se para o lado dos que defendiam a separação de Portugal.
Impedido de voltar para a Bahia, devido ao enorme contingente de tropas
lusitanas no estado, foi para o Recife onde trabalhou na imprensa da Gazeta de
Pernambuco. Era a oportunidade que tinha de denunciar tudo aquilo que o
incomodava e comunicar ao povo o que estava acontecendo, como a ameaça de
recolonização e as intenções de D. Pedro.
Fundou o
seu próprio veículo de comunicação, o jornal “Sentinela da Liberdade na Guarita
de Pernambuco” , em 1823. Neste períodico o jornalista publicava textos contra
a escravidão e defendia a Independência. No mesmo ano foi eleito deputado pela
Bahia, mas negou-se a participar da Assembleia Constituente percebendo a
aproximação das tropas de D. Pedro. Alguns dias depois de fato a Assembleia foi
fechada pelos portugueses.
Cipriano
Barata foi preso inúmeras vezes em diferentes ocasiões. Para se ter ideia de
como ele incomodava a corte e o imperador, uma de suas prisões em 17 de
novembro de 1823, deu o título de Barão do Recife ao seu realizador.
Continuou
preso até 1830, exercendo, mesmo de dentro da prisão, a atividade de
jornalista, veiculando os seus jornais com diferentes nomes, dependendo do
lugar em que estava. O jornal já passou a se chamar “Sentinela da Liberdade na
Guarita de Pernambuco”, “Sentinela da Liberdade na Guarda do Quartel General” e
“Sentinela da Liberdade na Guarita de Villegaignon”.
Após ser
solto, voltou para a Bahia, deu continuidade às suas atividades políticas e
continuou a escrever o “Sentinela da Liberdade na Guarita o Quartel-General de
Pirajá” por mais seis anos. Depois foi para Natal, onde deu aulas de francês
até 07 de junho de 1838, data de sua morte.
Fonte:multirio.gov.br/historia